Em um cenário de despejo anual de milhões de toneladas de plástico nos oceanos, a batalha pela limpeza torna-se crucial. Grupos ambientalistas em diversas cidades têm conduzido campanhas de conscientização e iniciativas de limpeza para combater o lixo nas praias, visando evitar que a sujeira atinja os mares. No entanto, a ONG holandesa The Ocean Cleanup está trabalhando por essa causa.
Desde sua fundação em 2013 pelo holandês Boyan Slat, a organização tem desenvolvido sistemas inovadores para a remoção de resíduos plásticos nos oceanos e interceptação do lixo nos rios, impedindo a contaminação marinha. Utilizando embarcações, redes e barreiras flutuantes, a ONG já retirou mais de nove mil toneladas de sujeira em diferentes partes do mundo ao longo dos últimos dez anos, com a meta ambiciosa de limpar 90% do plástico flutuante até 2040.
O principal destaque da The Ocean Cleanup é seu sistema de limpeza composto por barreiras flutuantes em forma de U, estendidas por cerca de 800 metros, que funcionam como uma espécie de rede de pesca. Equipadas com câmeras para detectar manchas de lixo, essas barreiras direcionam os barcos para a coleta dos resíduos. Uma vez cheios, os compartimentos das embarcações são levados ao continente para reciclagem.
Embora sua atuação principal tenha sido focada na Grande Mancha de Lixo do Pacífico, entre o Havaí e a Costa Oeste dos EUA, a organização também desenvolveu um sistema especial para rios, instalando barreiras para evitar que o lixo alcance os oceanos. Esta solução pioneira já está em funcionamento em diversas cidades ao redor do mundo, incluindo países como Indonésia, Malásia, Vietnã e Estados Unidos.
A The Ocean Cleanup, por meio do diretor de Assuntos Ambientais e Sociais, Matthias Egger, ressalta a importância de entender a dinâmica da poluição oceânica para formular políticas públicas eficazes. Além disso, a organização está envolvida nas negociações para a elaboração de um tratado global, mediado pela ONU, visando combater a poluição plástica em nível internacional. Com um olhar otimista para o futuro, a ONG reitera a necessidade urgente de preservar os oceanos para mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger não apenas a vida marinha, mas também a saúde humana.
(Amanda Maciel, do Nota Social)