Cartilha revela como desigualdades habitacionais afetam mulheres negras

Publicação do Centro Brasileiro de Justiça Climática expõe os impactos do racismo estrutural e da desigualdade de gênero no acesso à moradia no Brasil

O Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC) lançou a cartilha “Se essa casa fosse minha? Eu mandava ela morar”, que revela como o déficit habitacional no Brasil afeta desproporcionalmente mulheres negras, chefes de família e mães solo. A publicação, feita em parceria com a Habitat Brasil e o Movimento dos Sem Teto da Bahia (MSTB), conecta o direito à moradia com as questões de justiça social e climática, e propõe soluções para garantir dignidade habitacional para populações historicamente marginalizadas.

Com um déficit habitacional de 11,4 milhões de imóveis vazios e milhares de famílias sem acesso a moradia digna, o Brasil enfrenta uma crise não apenas econômica, mas também estrutural. As mulheres negras são as mais afetadas por essas desigualdades, que refletem o racismo estrutural e a desigualdade de gênero. A cartilha apresenta dados impactantes, histórias de resistência e aponta a urgência de políticas públicas para garantir moradia e dignidade para todos.

Taynara Gomes, coordenadora do lançamento da cartilha, afirmou que o impacto das desigualdades habitacionais sobre as mulheres negras é uma ferida aberta na sociedade. “A cartilha é um passo essencial para expor essas injustiças e propor soluções”, destacou.

Além de trazer dados e reflexões, a publicação também inclui uma entrevista com a urbanista Apoena da Silva Ferreira, que fala sobre a ocupação Quilombo Carolina Maria de Jesus, no Centro Histórico de Salvador. Apoena defende a ocupação de espaços abandonados como uma estratégia para garantir moradia digna e preservar o patrimônio histórico, e destaca como as ocupações enfrentam a gentrificação, promovendo laços comunitários.

Andréia Coutinho, diretora do CBJC, ressaltou que o direito à moradia vai além de ter um teto, sendo a base para dignidade, pertencimento e acesso à justiça social e climática. “Esta cartilha é um convite à ação coletiva por um futuro mais igualitário”, afirmou.

O lançamento reforça o compromisso do CBJC em articular soluções que combatam as desigualdades estruturais e promovam a dignidade para todas as pessoas. A cartilha pode ser baixada no site da organização, e o CBJC convida todos a se engajarem na luta por direitos.

Acesse aqui a cartilha. 

(Redação ONG News)

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