“Há uma urgência em reconhecer o papel de mulheres, jovens e meninas afrodescendentes para o desenvolvimento das sociedades, garantindo sua participação plena, igualitária e significativa em todos os aspectos da sociedade, incluindo o empoderamento econômico a partir de uma perspectiva de gênero, de acordo com o artigo 38 da CSW68. CRIOLA recomenda fortemente que esse retrocesso seja retificado e que todos trabalhem juntos para criar uma sociedade verdadeiramente mais justa e inclusiva”, afirmou Mariane Marçal, assistente de coordenação e incidência política de CRIOLA, durante fala realizada na sessão geral na 69ª edição da Comissão Sobre a Situação das Mulheres (CSW69) da ONU, realizada ontem (17).
Até o dia 21 de março, representantes de países e organizações da sociedade civil estão reunidos em Nova Iorque, nos Estados Unidos, para debater as diretrizes mundiais sobre a pauta da igualdade de gênero na 69ª edição da Comissão Sobre a Situação das Mulheres (CSW69) da ONU. Representantes de CRIOLA, que compõem a delegação oficial do Brasil no encontro ao lado de autoridades como a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, vêm acompanhando, desde o início da edição, as sessões oficiais da Comissão. Além disso, teve participação em eventos paralelos realizados em parceria com Instituto Marielle Franco e a organização Conexão G.
Além da participação nas sessões gerais, CRIOLA vem incidindo politicamente, junto a autoridades e representantes de outros países, para a construção de políticas que erradiquem o racismo patriarcal cisheteronormativo, promovam os direitos humanos. Além disso, a Organização chama atenção para a contínua exclusão dos direitos das mulheres, pessoas trans e travestis negras na revisão da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim – principal documento de política global sobre igualdade de gênero.
Como funciona a CSW
A Comissão Sobre a Situação das Mulheres (CSW), organizada pela ONU Mulheres desde 1946, é o principal órgão mundial destinado à formulação de políticas para igualdade de gênero e empoderamento feminino ao redor do mundo. A CSW é formada por 45 Estados-membros, que podem enviar comitivas para compor a plenária de discussões oficiais. Ao final de cada edição, um documento é elaborado com decisões acordadas para atingir as ações debatidas durante o encontro. Organizações da sociedade civil também participam das sessões oficiais, quando integram os grupos dos países membros, e de eventos paralelos sobre temas transversais.
Em 1995, a CSW implementou a Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, o principal documento de política global sobre igualdade de gênero.
Sobre CRIOLA
CRIOLA é uma organização da sociedade civil fundada em 1992 e conduzida por mulheres negras. Atua na defesa e promoção de direitos das mulheres negras em uma perspectiva integrada e transversal, tendo por missão trabalhar para a erradicação do racismo patriarcal cisheteronormativo, contribuindo com a instrumentalização de meninas e mulheres negras, cis e trans, para a garantia dos direitos, da democracia, da justiça e pelo Bem Viver.
(Assessoria de Imprensa)