As recentes tempestades e enchentes no Rio Grande do Sul já impactaram cerca de 1,4 milhão de residentes, gerando uma crise humanitária. Entre os mais afetados estão indivíduos com autismo, cujas necessidades particulares de saúde tornam desafiadora a adaptação aos abrigos coletivos providenciados pelo governo. Até o momento, quase 70 mil desabrigados foram acomodados nesses espaços, conforme relatórios da Defesa Civil.
Diante dessa realidade, Debora Saueressig, jornalista, e Roberta Vargas, nutricionista, ambas mães de crianças autistas e fundadoras do Instituto Colo de Mãe, decidiram intervir. Elas criaram locais especialmente designados para indivíduos neurodivergentes em Porto Alegre, oferecendo um refúgio adaptado às suas necessidades específicas.
Ao testemunharem a lotação dos abrigos convencionais, Saueressig e Vargas perceberam a urgência de espaços dedicados especialmente a essas pessoas. O abrigo do Instituto Colo de Mãe conta com uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde. Parte da equipe é voluntária, enquanto outros profissionais são contratados por meio de recursos provenientes de campanhas de doações.
Quando a capacidade máxima do primeiro abrigo, que comporta 75 pessoas, for atingida, um segundo abrigo com capacidade para mais 200 indivíduos será disponibilizado. Embora o foco principal seja em pessoas com autismo, o espaço também é acessível a outras pessoas com deficiência.
Dado que as necessidades dos residentes autistas são diversas, as doações recebidas são direcionadas para a aquisição de itens específicos que atendam às suas rotinas, como alimentos, produtos de higiene pessoal, brinquedos e dispositivos eletrônicos. Além disso, a organização aceita doações de água para apoiar sua causa.
Para saber mais sobre a iniciativa, acesse a página da ONG pelo Instagram (@somoscolodemãe).
(Amanda Maciel, do Nota Social)